quarta-feira, 3 de março de 2010

um dia de cada vez


pros meus pais, rô, meu tio milo, má, thiago, alcion, pi, dú, zeca...

é.
lema dos alcoólatras anônimos serve pra quase tudo.
se decidir pelo correto, pelo melhor, pelo decente, deveria ser bem mais fácil, inerente a nossa vontade até.
mas não é.
dar tchau pra um sentimento que você insistia que não tinha nome e acreditava que não teria fim dói, dói muito mais que qualquer coisa que você possa experimentar na vida.
e, aí, a única maneira de fazer com que os dias passem é esse mesmo: um dia de cada vez.
dormi pra caramba. acordei e fui direto fazer o que tinha pra fazer. pensar em trabalho, terapia pra ajudar a espantar o fantasmas, cortar o cabelo pra ocupar o tempo e começar a cuidar de mim.
conversar com quem aparecer na sua frente também é muito bom.

voltei pra casa e meu corpo ainda pedia mais. mais descanso, mais cama, porque tudo que se faz contra a vontade cansa bem mais.
mas, tudo bem. "vai chegar um dia em que vou olhar pra trás e pensar: caraca! e não é que eu fiz o certo?!". sinceramente, pra um corpo e uma mente tão cansados de sofrer, de brincar de rambo e nunca esmorecer por completo, não é nada fácil.
já escapei de muitas, eu sei.
já driblei, matei no peito e fiz gol. mas tudo tem seu custo e suas marcas.
o custo e a marca dessa vez são grandes e valiosos demais. foram pedaços e pedaços de mim que foram retirados, modificados, esquecidos.
o processo de volta é lento e doloroso.
mas acho que ainda sei o caminho. e, por sorte e merecimento (acredito!), tenho ao meu lado pessoas que seguram na minha mão.
são essas pessoas que me fazem encontrar a vida novamente.
e, piegas ou não, eu só posso agradecer.

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