sexta-feira, 23 de março de 2012

sem tempo nem pra pensar



"A mulher interessante não é propriamente bonita, mas tem personalidade, tem postura, tem um enigma no fundo dos olhos e uma malícia que inquieta a todos quando sorri... As pessoas se questionam. O que é que essa mulher tem?! Ela tem algo. Pronome indefinido: algo. Ficar bonitinha, muitas conseguem, mas ter algo é para poucas."

Martha Medeiros

terça-feira, 20 de março de 2012

e ela vem e vai...

hoje eu tô daquele jeito!
querendo tudo diferente do que é.
querendo que a lua nascesse na hora do sol. querendo que as pessoas se entendessem apenas com o olhar. querendo que o cachorrinho da casa ao lado parasse de chorar logo!
dor de cabeça. cansaço e querer o que não pode ser. o que fazer?
dormir?
sonhar?
comprar uma bicicleta ou tomar uma coca cola?
ah, sei lá. só sei que um dia eu chego lá. onde? não faço idéia, mas sei que chego. e que vai ser bom. que vou ficar tranquila e dormir serena como a lua que se esconde quando o sol aparece.
é, a lua e suas fases. é, a mulher e suas fases.
e sim. eu sou uma mulher que prefere a lua.
alguém que prefere a noite.
portanto, boa noite, amor...

segunda-feira, 19 de março de 2012

dreams of a broken life

"olha, eu estou te escrevendo só pra dizer que se você tivesse telefonado hoje eu ia dizer tanta, mas tanta coisa.
talvez mesmo conseguisse dizer tudo aquilo que escondo desde o começo, um pouco por timidez, por vergonha, por falta de oportunidade, mas principalmente porque todos me dizem que sou precipitada demais, que coloco em palavras todo o meu processo mental. processo mental: é exatamente assim que eles dizem, e eu acho engraçado, e que isso assusta as pessoas, e que é preciso disfarçar, jogar, esconder, mentir.
eu não queria que fosse assim. eu queria que tudo fosse muito mais limpo e muito mais claro, mas eles não me deixam, você não me deixa"
caio fernando de abreu me acompanhou a juventude toda. (poxa, eu nunca falei nem pensei em juventude!!!). ele era um daqueles autores que eu adorava e seus morangos mofados eram constantemente lembrados.
mas morreu cedo, como os bons. como leminski.
mas eu continuo aqui firme e forte, mas nem tanto.
são tantos que dizem que me escondo. mas é mesmo por timidez, vergonha até. mas isso nunca me fez deixar de ser quem eu sou. inteira, completa e com meus defeitos!
e o que tá escrito lá em cima era é o que eu penso agora, nesse exato momento.
às vezes, a gente se segura a toa. não faz o que quer, deixando de lado um pedaco enorme da gente mesmo.
juro que não farei mais isso. não me escondo mais porque quando me escondo a única coisa que ganho é uma bela e grande perda de tempo.
ou será que me escondo e me revelo aos poucos, mas sem demorar tanto?!
vou tentando e, no caminho, eu descubro.
basta. e punto!

terça-feira, 13 de março de 2012

mania sim.

no ano passado, no dia do meu aniversário, tava em uma cidadezinha perdida no interior do estado.
passei o dia todo trabalhando e voltei sozinha, por uma estrada pessimamente frequentada por muitos caminhões e terrivelmente sem asfalto nem acostamento.
pra melhorar o quadro, só mesmo a chuva. e ela caia impiedosa. realmente, era chover no molhado!
eu, sozinha, naquele dia no começo da noite, voltando pra casa e ouvindo corrs, beach boys e depois rita lee.
eu nunca gostei muito de rita lee. acho que ela é sim um super personagem, mas... das músicas, nem gosto tanto. o bom é que ouvia o cd dela cantando versões para beatles.
e voltava assim, relacionando lugares, músicas e sentimentos.
agora, ao pensar em você, me veio a música mais manjada, cantada, talvez safada, de rita lee: mania de você.
"a gente faz o amor
por telepatia
no chão, no mar, na lua
na melodia..."
putz, é isso. foi isso que senti ao te ver mesmo de longe naquele dia e sinto agora, enquanto escrevo pra você, sem mesmo que você saiba.
e me vem aquele sorriso idiota no rosto quando fecho os olhos e tento te imaginar, te sentir, te cheirar.
só penso e sinto que deixe logo de ser por telepatia e me sinta em seus braços.
é só o que penso agora. e vou pensar pelo resto dessa noite que insinua chuva lá longe.

sexta-feira, 9 de março de 2012

eu tentei...

engraçado.
de certa maneira, recebi a conversa do começo da noite dessa sexta quente e querendo ser chuvosa como um desafio.
será que eu consigo escrever com historinha?! eu, famosa por sempre gerenciar minha equipe de criação contando historinhas sobre os clientes que visito?!?!
bem,vamos lá que esse promete ser um texto mais longo.
março de 1987, na mais renomada escola de sua área no país, a única vestibulanda que escreveu o nome daquele professor como resposta a uma pergunta no vestibular há 2 anos e meio, fala delirantemente em alto e bom som, bem no meio da aula: ai, que tédio!
a sala para. o professor suspira, se vira e diz: garota, você não tem jeito mesmo. você terá presença em todas as minhas aulas e 10 em todos os meses SE prometer nunca mais aparecer nas minhas aulas, combinado?!
a garota, que mais parecia um garoto, diz sem nem pensar: combinado, professor. posso ir agora então?!
ele se vira novamente e diz: tchau.
a garota continua o curso, alternando as aulas que quer ou não assistir, continua dando trabalho pra outros professores e a vida continua como devia.
agosto de 1988. teatro cultura artística. cerimônia de formatura dos alunos da turma de 84. e quem está no palco, como paraninfo da turma?! o tal professor. e sentadinha, ainda vestida como moleque, mas de smoking (o traje era "a rigor") numa das poltronas entre os formandos?! a garota entendiada, ainda.
os nomes vão sendo chamados e os alunos, agora um pouco menos descuidados mas muito mais prepotentes, recebem os parabéns e blábláblá, até que o nome da garota é chamado e ela sobe no palco, envergonhada - apesar de tudo, sempre foi tímida. e a vergonha aumenta quando o professor pede o microfone e licença ao presidente da mesa para uma pausa e começa seu discurso, com a garota roxa de vergonha, ainda nas escadas.
e ele diz: "muito bem, senhorita. essa é a última vez que nos vemos como professor e aluna. quase todos aqui presentes sabem o trabalho que você deu a todos os professores durante todo o curso, mas... ainda assim, sua turma ganhou todos os prêmios das associações de nossa categoria e todos sabemos que isso não teria acontecido caso você não os perturbasse tanto quanto a nós. sendo assim, e lembrando o fato de ter sido a única vestibulanda a ter acertado o nome do criador da poesia práxis - ainda que seja admiradora da poesia concreta, esse seu velho professor, gostaria de te oferecer uma lembrança - a coleção completa dos meus livros. mesmo sabendo que nenhum deles será lido, peço a você que leia em alto e bom som (aquele mesmo com o qual dizia que minhas aulas eram um tédio), minha humilde dedicatória.
a garota suspira, recupera a cor, caminha, recebe o aperto de mão e um forte abraço do professor e, totalmente sem jeito, pega o livro e lê a tal dedicatória: a k... - a fundamental - em reconhecimento deste velho poeta a uma jovem garota que sempre diz o que sente e que conhece poesia como poucos nesse país, o meu agradecimento e sincera admiração.
naquele momento, a garota deixa que a lágrima escorra, os amigos das aulas gritam, assobiam e deliram, e o professor sorri, tranquilo.
julho de 2011 - morre em são paulo mário chamie, ariano de primeiro de abril, criador da poesia práxis, secretário da cultura do estado de são paulo e professor. a garota, agora mulher, volta a deixar as lágrimas escorrerem de um rosto tranquilo.

p.s. desculpe, mas o estilo da estrutura narrativa foi vergonhosamente "roubado" de um outro professor, dessa vez de biologia!

domingo, 4 de março de 2012

sexta-feira, 2 de março de 2012

tonta...

.
eu realmente não queria estar onde estou.
sinto que meus sentimentos não são meus, que meu corpo não está comigo, que nada disso tem lugar em mim.
estou triste, cansada e me sentindo pela metade.
não sei o que posso fazer já que ficam mandando o tempo todo em mim: faça isso, não faça isso, nada de celulares, nada de notebook. durma. fique quieta. não se mexa agora. me diga se sentir alguma coisa estranha.
mas se eu estou sentindo uma coisa estranha o tempo todo, como determinar o que é mais estranho ainda?!
eu não tenho controle de nada. não sei o que sentir.
só me sinto terrivelmente sozinha, como se ninguém olhasse por mim.
e estou.
quem se diz preocupado, precisa relaxar um pouco da tensão de tudo.
e eu, boba, ainda me preocupo e tento ser racional.
foi tentando ser racional que eu cheguei aqui, um lugar ao qual não pertenço, onde me sinto isolada e sozinha.
queria pensar menos nos outros e dizer: foda-se o resto, eu preciso de você sim do meu lado! se toca que, se me deixar sozinha, vai me perder agora! mas eu não faço isso. eu sempre coloco no lugar do outro e suporto tudo, mesmo que meu coração grite o contrário.
eu sei que nunca ninguém vai estar do meu lado.
eu sei que sempre vou ficar sozinha.
eu sei que sempre vou sentir esse vazio e esse aperto no peito quando o pior puder me acontecer.
eu sou mesmo é uma besta!
é isso.