segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

traz pra mim!





ai, tarde de chuva, traz pra mim! traz o que eu quero tanto, você sabe, mas ainda me nega.
traz aquele carinho gostoso, aquele frescor que a gente sente e fecha os olhos, traz aquele cheiro que só os anjos têm.
traz de novo aquela simplicidade de criança que sai pisando nas poças de chuva sem pensar na bronca da mãe logo depois.
traz pra mim aquele amor perdido. ou aquele amor encontrado, mas não revelado.
traz pra mim o barulho leve que embala o sono, a preguiça, o sonho.
traz pra mim o gosto daquele beijo que ainda não foi dado e o calor daquele abraço.
tarde linda de chuva mansa, traz pra mim aquele que me teve no seu abraço e foi embora.
traz de volta aquele instante breve quando meu corpo se fundiu a outro.
traz pra mim tudo aquilo que eu preciso e que não custa nada.
só traz pra mim aquilo que já é meu...
traz que eu te espero de braços abertos!

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

a dor de uma saudade




e aí?! será que eu, sophie, sei falar de saudades? uma amiga me diz que provavelmente sophie falaria com mais "propriedade" sobre sentir saudade.
pois bem. eu não sei falar de saudade. eu sei sentir saudade e, talvez, possa tentar falar do que sinto. eu sinto vontade daquele cheiro que não sinto mais naquela hora. vejo algumas coisas que antes não via ou talvez nem estivessem ali. ouço sons que imagino que vou ouvir quando aquela hora chegar.
hora chegar? que hora?
a hora em que, talvez, eu saiba o que é realmente saudade. aquela hora em que vou ver que nunca existi antes dela. aquela hora em que vou perceber que nada fazia sentido nem que nada me levaria a lugar algum. aquela hora em que vou perceber que saudade não dói. saudade preenche o peito. onde antes cabia um, agora cabem dois.
e é só.

 
isso é saudade pra mim. a distância entre essas duas fotos ...
 
 


domingo, 13 de outubro de 2013

nos dedos de uma mão


 
 
 


amigos? amigas? pra tudo tem. de várias maneiras.
algumas você só  ouve. pra outras, você fala sem parar. para alguns, você pede pra quebrar a cara daquele cara que foi sacana. e ele vai lá e quebra. tem outros com quem você fala, fala, fala e outros que falam, falam, falam.
e tem aquelas amigas e amigos pra quem você faz qualquer coisa. você fala, ouve, chora, empresta grana e não acaba com a amizade, aquelas que você tem que empurrar, e o melhor de tudo: o momento em que você ouve que a pessoa que tava dando piti no dia interior tá se sentindo bem, tranquila e isso faz seu dia valer a pena.
você fica com o coração apertado, mas você tem que dar umas porradas pra pessoa ir lá e fazer o que ela tem que fazer. ela pode até ir e quebrar a cara. e quebrar a cara bonito. mas, com certeza, você vai estar lá onde ela precisa com chá de erva cidreira, escalda pé relaxante, um super sorvete na tarde de domingo. até tocar campainha e sair correndo só pra lembrar a época da infância e sentir a mesma liberdade.
amigos assim a gente conta nos dedos de uma mão. aquela mesma mão que vai estar sempre estendida pra você quando você também quebrar a cara.
ah! tem também aqueles seus amigos virtuais. alguns muito melhores do que os reais.
e tem os virtuais dos quais você naturalmente se aproxima porque a afinidade vem do coração. é quando eles passam a ser amigos do coração.
talvez, por ainda se sentir protegido pela ausência do contato físico, a pessoa acaba falando de tudo. se culpa. mete o pau no cara que vai estar beijando apaixonadamente no dia seguinte. você simplesmente se deixa ver por inteiro.
é uma entrega recíproca e verdadeira.
você chora, ri um monte, fala dos outros, faz caras e bocas, se diverte, troca esmaltes, fala de maquiagem, toma porres, dá bafo.
amigos de verdade são preciosos e não importa quantas vezes vocês se encontram pessoalmente.
e fica, bem guardado na memória o saber que a sua companhia fez bem a alguém.
obrigada, lu, por me permitir tudo isso.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

o dia em que eu não fui eu - parte II


 



e agora? seria uma continuação ou um começo? que nome dar àquele sentimento que não cabia dentro de nenhum dos dois?
eu chamaria de começo. nenhum dos dois eram mais os mesmos. ela continuava a desfilar estilo, ele continuava um pouco tímido, mas o sentimento era tão novo, tão vivo e, ao mesmo tempo, tão intenso que parecia ter anos, ter sido compartilhado em outras vidas.
foi assim que eles passaram a viver. na esperança do quando poderiam estar juntos novamente, apesar de carregar sempre a luz que agora dividiam.
clichê?! sim. mas clichês só se tornaram clichês porque eram usados de maneira usual. piegas? também. o que importava agora era que partilhavam da mesma luz. e, pra isso, ainda não encontraram nome.
o dia parecia uma hora de tão lento e a hora parecia mais um mês de espera.
a vontade era tanta que mesmo não podendo estar juntos, mostrar pra todo mundo o que sentiam, a imprevisibilidade de tudo os aproximava.
tomar um café era a desculpa mais óbvia. mas, ainda assim, como disfarçar toda aquela volúpia que teimava em se esconder?
nenhum dos dois era disso. fingir, fazer de conta, esconder não fazia parte desse sentimento.
e nem deveria. era um sentimento puro. totalmente passional, mas puramente passional.
tudo porque ela nem sabia o que aquele garoto sentia quanto ela passava e nem percebia o quanto e como ele a observava.
cada um tinha sua vida agora e ela parecia não ter mais sentido se eles não estivessem juntos.
era pra ela que ele sentia vontade de ligar depois de uma grande conquista.
era o perfume dele que ela sentia no meio do nada.
não era justo. o tal sentimento que não tinha nome não devia mais esperar.
porque, por mais vidas que a gente possa ter, é nessa que eles estão. é nessa que eles pensam no outro ao dormir ou acordar.
é essa vida que eles querem viver. e não precisa de mais nada.
não precisa de alianças porque o que existe é um laço.um tem o sopro de vida do outro guardado dentro de si.
é isso.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

o dia em que eu não fui eu

 
 
 


na maior parte dos dias, a gente se sente meio invisível.
tem tanta gente passando pra lá e pra cá sem nem olhar pro lado, sem nem olhar pra gente.
ninguém vê que tem alguém ali, olhando, observando, esperando. esperando que hoje alguém passe de novo pra trazer luz pros nossos olhos, pro nosso dia e pro nosso mundo.
e não é assim só pra mim.
por uns 15 anos, era sempre assim: ela passava, o garoto percebia cada detalhe nas linhas do rosto, em cada fio de cabelo, nas roupas que pareciam ter pulado direto do cabide pro corpo dela.
e, assim como ela passava, o tempo também passou.
pra ela e pro garoto e pra todo mundo. e ele, bobo ou tímido, nunca tinha se levantado e dito o quanto ela fazia diferença naquela vida mais ou menos que, de vez em quando, a gente tem.
ele já não tinha mais o mesmo tempo pra "ficar esperando" que ela passasse, mas, em alguns dias, ela passava sim pelas suas lembranças, com aquele jeito, charme e estilo que eram só dela.
e ela também já não passava pelos mesmos caminhos. os caminhos que, talvez, ela trilhava agora, eram outros.
mas quis o destino (se é que ele existe e se é que ele quer), que os caminhos dos dois se encontraram num dia. e foi nesse dia, que o menino resolveu pra olhar pra trás.
a vida dele agora era mais ou menos ainda mais. quase nada pra trazer luz pros seus dias, pro seu mundo, pra ele que tava tão cansado.
e, anos depois, ela fez o que fazia todos os dias em que passava. ela trouxe a luz que faltava, a paixão, a vontade, o desejo de sair do lugar. esses mesmos sentimentos que fazem a gente viver por alguma coisa.
ele, agora mais maduro, finalmente, teve a coragem que lhe faltara anos atrás e falou tudo o que tinha dentro dele.
e teve a melhor resposta possível. ela não iria mais passar por ele. ela ia ficar. ficar e manter sempre a luz acesa, a chama alimentada e a coragem de viver, de sentir, de amar.
e, sem que ninguém precisasse dizer nada, a paixão tava ali, o amor tava ali.
em alguns momentos, eram só deles e as palavras eram altas.
em outros, os olhos falavam o que não podia ser dito.

sábado, 5 de outubro de 2013

anunciação




hoje eu tô assim: mais pra lá do que pra cá!
sabe aqueles dias em que você acorda querendo que o mundo estivesse todo aos seus pés, tipo assim a marilyn monroe?! só que não.
não, o mundo não está todo aos meus pés.
dormi um monte, já fiz um monte de coisas e ainda sinto aquele vazio lá no fundo, aquela falta do por que.
sim, porque tá faltando umas coisinhas aqui e ali.
mas, na boa, meu dia ainda chega. ainda que cambaleando, mancando, querendo parar.
simplesmente porque, ainda que cambaleando, eu ainda acordo todos os dias, sorrio e penso no meu anjo, aquele anjo torto e querido que voa por no mesmo céu azul que vejo lá fora.
que seus dias sejam todos bons, meu anjo.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

eu quero uma casa no campo e uma página em branco



sim, é sempre assim.
eu saio de cena e te deixo aqui, como um bicho solto a correr sozinho numa floresta escura. rsrsrsrs
tragédia!
pois bem. acho que sou eu o bicho solto a correr sozinha numa floresta escura. completamente perdida, como sempre. digo "como sempre" porque quando "volto" pra cá boa coisa não é. começo eu com meus devaneios, meus chorinhos (que não são música), meus lamentos.
ah, quem dera eu me sentisse sempre tão feliz e disposta num dia lindo de sol no melhor estilo hollywood! esperança eu tenho. sempre vou dormir pensando que amanhã vou usar tal roupa pra ir a tal lugar e fazer tal coisa e coisa e tal!
é sério. eu sempre penso em tudo e não faço nada. isso é tão tão chato.
eu estou sempre a beira de mudanças e pareço não perceber as mudanças que acontecem todos os dias. eu sei que elas existem e que me transformam. queria confrontá-las e dá-las como missão dada, missão cumprida.
mas não é bem assim... um dia, lá longe, eu escrevi em algum lugar que os anos vêem coisas que os dias não vêem.
espero.
espero amanhã ou depois sentir a alegria de dizer que "mais um ciclo se fechou" e um novo começo me espera, novinho em folha, como página em branco.
e vou.



 

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

eu te procurei em mim



poxa.
não precisava ser assim. já podia ter passado, mas ela insiste em se fazer presente. eu continuo triste. e nem devia porque as expectativas futuras são ótimas.
mas eu continuo triste, aqui, quietinha, no meu quarto que tem sido uma extensão de mim. aqui, eu fico quieta e penso em tanta coisa.
eu já devia ter aprendido a lidar com as decepções, as falhas dos outros, as minhas falhas, os meus erros que tenho certeza são infinitos.
mas, não. eu ainda não sei. eu ainda tenho mais dúvidas do que certezas (quem me dera ter cerezas, como digitei errado...).
e sei tão bem o motivo da tristeza. é tão claro. é só uma confusão tremenda dentro de mim. um saber e não saber muito mal resolvido.
as palavras me estão difíceis hoje. geralmente, tudo parece mais fácil.
melhor me aquietar.
provavelmente, hoje, tudo o que eu tenho pra falar está no meu olhar.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

hoje eu acordei...

hoje eu acordei triste. sim, triste. há tanto tempo que outros sentimentos me ocupam que tinha me esquecido como era simplesmente me sentir triste assim.
triste só porque eu tô triste. me vejo em um momento em que cuidar de mim é tudo o que posso fazer e isso é ótimo. mas eu tô triste.
eu não posso mudar as besteiras que fiz. eu não posso mudar os sentimentos dos outros. eu não posso mudar o que sinto de verdade, realmente, no lado puro do meu coração.
me dizem pra que eu esqueça todas as besteiras que fiz e recomece. comece certo. tudo bem. eu tô fazendo isso, mas existe ainda um buraco dentre de mim que não sei como preencher.
eu passei tantos anos sofrendo por me achar apaixonada que, agora, quando vejo realmente que tudo aquilo era falta do que fazer, era ilusão, eu me frustro e me sinto assim, triste.
tá, eu me apaixonei sim. gostei um pouco de um ou outro, mas desgostar de mim foi o que fiz melhor.
e, hoje, o que eu tenho a minha frente é gostar de mim. cuidar de mim e ser "conquistada". parece piada, mas não é.
mesmo que me sinta vazia por dentro - e estou me sentindo - eu vou esperar. não vou me jogar em roubadas como nos últimos anos.
sei lá o que vai acontecer. se vou me descobrir ou se vou me afundar por completo e admitir a solidão sem fim. só chega de dar pérolas aos porcos.
realmente, sophie fisher e ogro corinthiano não conjuminam, já diria meu sábio psiquiatra.
é isso.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

o que eu ainda não conheço



hoje, definitivamente, eu reconheço a minha incapacidade de lidar com o desconhecido.
eu estou francamente assustada. assustada por tudo o que tem me acontecido e também com o que ainda não me aconteceu.
me desejaram mal, me fizeram mal, me tiraram coisas e tempo. me tiraram vontade, alegria, pessoas. e eu nem sabia.
eu não sabia que fazia o que não devia. eu fiz por carinho. nada simplesmente por interesse.
eu fiz porque não era a única a ficar feliz. mais alguém ficava feliz comigo e por mim.
agora, tem começo uma outra vida. a vida do depois.
o depois de ter aprendido muito. de ter sofrido muito. de ter coisas feito coisas erradas e ter sido feliz por muitos momentos.
sim, foram apenas momentos.
momentos que não esquecerei. momentos que fazem parte de quem eu sou e momentos que também tirei de alguém.
começa agora uma outra fase. a fase de aprender comigo mesma e mudar tudo o que está errado. estou mais forte, mais consciente, mas sinto medo.
o tal medo daquilo que ainda não conheço.
o medo do não sabido. o medo do ainda não feito.
mas eu vou... sim, eu vou! pra onde e como? nem sei.
mas, mais tempo eu não posso perder.

domingo, 21 de julho de 2013

ctrl + alt + del




é, em tempos de "conhecer, flertar, namorar, se apaixonar perdidamente, noivar e marcar casamentos virtuais", eu acabei de ser sumariamente deletada.
sim, deletada com requintes de crueldade de tudo quanto é rede social, whatsapp, torpedos e etc. nem ligações restritas.
é. eu, a garota que sempre adorou liberdade, fiquei com minha área de atuação totalmente restrita. ou eu dou a cara a tapa logo de uma vez, ou eu desisto. ou parto pra briga corpo a corpo ou já era.
bem, vamos ser sinceros. eu não vou dar a cara a tapa. eu não atrás de ninguém. deu pra mim. depois de tantas frustrações e foras, muitas vezes, comentados e expostos aqui, já deu.
não, eu vou parar de pensar. não vou olhar a página no facebook nem nada.
vou sentar e esperar o trem, o bonde e a banda passar.
depois de ter retocado a tatuagem do ombro e re-estilizado a das costas, preciso dar um novo sentido à do pulso. estou presa. totalmente presa. liberdade zero. não pertence a mim minha capacidade de ir e vir. de fazer ou não fazer.
o 21 de dezembro passou, o mundo não acabou e eu estou aqui, no domingo a noite, fazendo pesquisa e listinha de empresas pras quais posso mandar currículo.
sem nem um pingo de esperança.
não a esperança de que alguém responda ao meu currículo. aquela esperança que deixa a gente quente por dentro. o coração cheio, pulsante. não tô cantando e dançando como faria, imitando reese whiterspoon no filme na tv. tô aqui sem graça, sem sal nem açúcar, fazendo listinhas.
a vida pode ser tediosa de maneira intolerável algumas vezes.
é isso.
 

quinta-feira, 18 de julho de 2013

destinos e desatinos





e já que confessei um pecado, por que não confessar uma fraqueza?
eu digo que não, mas é mentira. eu estou totalmente apaixonada por ele. total e perdidamente. se é sonho meu, não sei nem quero saber.
mas como eu gostaria que fosse diferente. que ele estivesse aqui por mim e não esperando o tempo passar. que ele me procurasse nas ruas, no carro parado ao lado no sinal fechado, nas tardes de shoppings lotados nas férias escolares, nos parques onde o sol é quente.
quente. como eu queria poder sentir o calor dele que caminha sob o sol. o mesmo sol que entra pela minha janela.
como eu queria saber a hora em que ele acorda ou quando vai dormir. tem tanta coisa que eu queria que nem sei mais.
mas, uma coisa eu sei: a indiferença que a gente finge, machuca.
machuca e me faz perder o sono. porque eu só queria mesmo era um abraço e a certeza de sentir esse abraço outras vezes, em outros lugares, muitas vezes.
sim, eu não posso negar. meus dias são dele.
meus pensamentos são dele.
tudo em mim é dele.
talvez a indiferença também seja só dele, como também é dele o orgulho.
quem sabe um dia, isso tudo mude.
e eu ganhe um abraço bem apertado num parque em dia de sol!

quarta-feira, 3 de julho de 2013

confissão



eu sinto uma coisa da qual sinto vergonha. eu sinto inveja sim, inveja.
esse é meu pecado.
mas inveja do que, podem me perguntar.
eu sinto aquela ponta de inveja quando vejo casais improváveis na rua, quando vejo a cumplicidade entre duas pessoas, quando vejo que aquele "o" faria de tudo por aquela "a".
e, de novo, me perguntam: você?!?!
como eu poderia sentir inveja disso? inteligente, culta, simpática, envolvente, sorriso contagiante, divertida, generosa...
eu não sei qual a resposta.
tem vezes em que vejo algumas mulheres por quem certos homens movem o céu, o mar, fazem com que o impossível pareça coisa do dia-a-dia.
e morro de inveja.
é horrível dizer ou pensar ou sentir isso, mas eu sinto.
eu não sou uma pessoa amarga nem triste nem nada.
mas também não sou amada.
e, por mais que me perguntem, por mais que eu me pergunte, eu não sei.
e eu nunca vou saber.

terça-feira, 18 de junho de 2013

depois, antes e agora




agora, justamente nesse minuto, eu queria poder fechar os olhos e voltar dias no tempo. não precisava de mais do que alguns dias pra consertar uma grande besteira.
dizem que "quanto mais a gente mexe, mais a coisa fede". particularmente, acho isso horrível, mas agora nada mais verdadeiro.
pra que querer saber o que não me foi dito por você. pra que querer saber como foi a sua vida depois, antes e agora. depois que a gente se conheceu, antes que a gente se reencontrasse e agora, quando tudo parece tão difícil, complicado e nebuloso eu não sei mais que desculpa usar, eu não sei como dizer, eu não sei mais como mostrar o que não sei se sinto. eu só não sei mais nada.
não sei se acredito em anjos, nem sei porque sempre penso em renato russo quando falo neles. só sei que num desses dias em que resolvo sair do casulo e escrever palavras em sequências que, de vez em quando fazem sentido, eu disse que ainda há quem acredita em anjos.
meu querido anjo da guarda, que veio me encontrar em formato de uma gatinha linda, está aqui, como sempre, perto de mim.
se existem anjos, eu não sei.
mas se existe amor sem imposições ou senões ou porquês, ele está aqui, no meu colo. sempre aqui, perto de mim, numa gatinha linda, tão pequenininha que roubou toda a minha vida e tem todo o meu amor.
e você, continua longe e não posso ao menos te ouvir, sentir teu cheiro nem saber a diferença que faria o calor das suas mãos ao segurar as minhas ou o calor do seu corpo ao sentir o seu abraço.
por favor, deixe que suas asas falem por você e venha me encontrar.
por favor, me faça acreditar em anjos.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

nada mais importa



olha, eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar também. tá me entendendo? eu sei que sim. eu entro nesse barco, é só me pedir. nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou. faz tempo que quero ingressar nessa viagem, mas pra isso preciso saber se você vai também. porque sozinha, não vou. não tem como remar sozinha, eu ficaria girando em torno de mim mesma. mas olha, eu só entro nesse barco se você prometer remar também! eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes. mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo o comer direito, vou todo dia pra academia, mas você tem que prometer que vai remar também, com vontade, muita vontade! eu começo a ler sobre ficção científica, esportes e até sobre a dissolução da união soviética. aprendo a pensar – ah, isso não! – se precisar. mas, não esqueça, você tem que remar também. eu sou de desistir fácil, de virar a página, você tá sabendo. e talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só você me pedir. perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. mas você tem que prometer que vai remar junto comigo. mesmo se esse barco estiver furado, eu vou, basta me pedir. mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nada junto. eu detesto praia, você sabe, mas você me ensina a nadar, mas você tem que prometer que vai acreditar em mim, que vai tentar, que vai se esforçar e que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças! você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, tem que ser sério. se não, eu fico. me mostra que vale a pena. que por você vale a pena. que, por nós, vale a pena. que vale a pena tentar. que vale a pena remar. remar. re-amar. amar.
ufa. falei.
 

domingo, 16 de junho de 2013

então tá então



tem horas em que eu só queria abrir os olhos e esquecer, não sentir, não pensar em nada. pra que dar tanta atenção pra um sentimento que mal existe? nada nunca foi real. pura imaginação de um mente fértil e romântica.
são sempre (acho) os amores platônicos que, de amores, não têm nada. como existir amor se o outro é mera idealização do que você queria que fosse?
e como eu me perco nisso tudo. eu perco o rumo, saio do prumo mesmo.
eu fico ansiosa, eu penso demais, eu sinto demais, corro demais.
fico procurando coisas onde elas não existem. onde não existe porque nada existe.
filosofias demais pra quem não gosta de nada disso.
eu juro que não queria nada. não queria ouvir de novo o secador de cabelos da vizinha nem queria ter que tirar a minha gata que insiste em se ajeitar entre o notebook e eu e, de maneira carinhosa, percebendo que o que existe é dor, e lambe a minha mão.
ela se senta resignada tanto quanto eu.
infelizmente, é essa minha atitude diante do que eu sempre insisti em não ver: resignação.
ela se deita docemente, coloca a cabecinha no meu braço e termina o texto.
não vou tirar da minha gatinha o aconchego que eu queria ter pra mim. apenas me recostar em um ombro e ficar olhando a vida lá fora.
por hoje, e por outros dias, é isso.
basta e punto.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

a felicidade que se compra




ah, como eu queria! eu queria que, ao menos, por uma vez, fosse tudo quadradinho, tudo direitinho como em todas as comédias românticas de hollywood, todas as novelas com final feliz e todos os contos de fada com "e foram felizes para sempre".
mas, não é. simples assim! simplesmente, não é. enquanto eu brigo com essa porcaria desse notebook, essa porcaria de calendário marca o legendário dia 12 de junho, dia dos namorados. vamos combinar: ainda existem namorados nesses dias de namoros e traições virtuais, quando "ficar" deixou de ser sucedido por "em" para ser sucedido (bem ou mal) por "quem"?! antes, eu ficava em casa. agora, o joão fica com a maria e, se rolar, eles se tornam ficantes fixos e, quem sabe, namorados.
eu nem sei mais se sou careta ou romântica. aliás, eu nem sei mais o que faço nesse mundo onde os valores me parecem mais distorcidos do que nunca.
me desculpe, mr. capra. mas onde foi parar a felicidade que não se compra? porque agora é fácil: você faz um cadastro em um site na internet e eles te acham o par perfeito, o cara ideal, mr. right.
e sou eu quem peço desculpas e me sinto no lugar e na época errada? sou eu a careta que queria um dia normal? assim como sou que quero que o dia dos namorados se dane?
amanhã é dia de santo antônio e dia 12 é simplesmente véspera do dia 13. então, como diz meu querido amigo, oremos.
só que não!!! até para santo antônio tem um monte de orações diferentes.
sendo assim, só converse com deus baixinho e agradeça, com toda a pureza do seu coração, e ele entenderá, não só porque agradece mas do que você precisa.
 

terça-feira, 11 de junho de 2013

você nem sabe...

 


é. eu sou mesmo instável emocionalmente. não dá pra ser sempre a mesma coisa todo dia. mas meus sentimentos mais puros e verdadeiros sempre se mantêm os mesmos. e, entre eles, você nem faz ideia do quanto eu me preocupo com você.
e estou longe. muito longe. mais longe do que alguém deveria ou poderia estar de outro alguém que pode amar, gostar, admirar, respeitar... eu achava que a gente vivia em mundos diferentes mas, nas últimas semanas, vi que não. lá dentro, você continua o mesmo. seus princípios e seus valores permaneceram e você não se deslumbrou com a vida lá fora, a vida que te mostraram.
eu posso estar totalmente enganada, como já estive outras vezes, mas... será uma vez diferente. é uma vez platônica, sem envolvimento nenhum pra que nenhum coração sofra mais do que deve ou mais do que pode.
eu achei muitas coisas escondidas em mim nesse ano.
e achei você. um anjo caído do céu em pleno momento de mar turbulento, céu escuro.
e é por isso que você vai continuar onde está e eu onde estou. pra que nada mude, ninguém sofra e, caso o destino ou o quer que seja, resolva nos juntar, isso vai acontecer. porque meu coração tá cansado de sofrer. e você já tem uma paixão quase maior que o mundo.
continue voando assim. doce, meigo, sereno... as coisas virão quando elas tiverem que vir.
afinal, eu sou instável e tudo pode mudar.
ainda assim, olho por você.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

e, como sempre, eu volto...



é sempre assim.
eu penso, penso, penso. escrevo, escrevo, escrevo.
quando leio as coisas que eu mesma escrevi aqui, nem eu me reconheço. sou eu que escolho essas palavras e as coloco nos lugares onde estão?!
e é sempre assim que eu volto pra cá, pra esse meu lugar quase não compartilhado. quando me sinto vazia com tantos sentimentos, tão confusa e, ao mesmo tempo, tão sensata.
parece que só mesmo as palavras me entendem. ou só eu mesma me entendo com as palavras? porque o que sinto sai assim, como se fosse a coisa mais natural e normal do mundo.
é manhã. eu devia estar acordando pra mais um dia na vida de sophie fisher. mas, como se eu nem dormi?!
como se eu não consigo me achar aqui onde estou?
como se levei mais uma porrada por fazer algo tão doce e sem maldade?
sim, infelizmente, muitas pessoas têm maldade. elas chutam cachorro morto, sem dó nem piedade. não que fosse preciso. só era necessário o coração aberto e um pouco de compreensão.
sei lá.
é mágoa, confusão, gente que não se entende.
e gente que não entende.
é chato. simplesmente chato.
 

domingo, 7 de abril de 2013

querer quem se tem!




ontem depois que você foi embora confesso que fiquei triste como sempre.

mas, pela primeira vez, triste por você. fico me perguntando que outra mulher ouviria os maiores absurdos como você, um homem de ais de 40 anos, planejar ir a uma matinê brega com gente sem assunto no próximo domingo e, ainda assim, não deixar de olhar pra você e ver um homem maravilhoso.

que outra mulher te veria além da sua casca? você não entende que eu baixei a música do “midnight cowboy” e umas boas do talking heads, vinícius de morais e do smiths porque achei divertido te fazer uma massa ouvindo algumas músicas que dão vontade de viver. uma massa que você não vai comer porque está perdendo o paladar para o que a vida tem de verdadeiro e bom. é tanta comida estragada, plastificada e sem sal, que você está perdendo o paladar para mulheres como eu. e você não sabe como vale a pena gostar de alguém e acordar na casa dessa pessoa e tomar suco de manga lendo notícias malucas no jornal como o cara que acha que é vampiro. tudo sem vírgula mesmo e, nem por isso, desequilibrado ou antes da hora.

você não sabe como isso é infinitamente melhor do que acordar com essa ressaca de coisas erradas e vazias. ou sozinho e desesperado pra que algum amigo reafirme que o seu dia valerá a pena. ou com alguma garotinha boba que vai namorar sua casca. a casca que você também odeia e usa justamente para testar as pessoas “quem gostar de mim não serve pra mim”.
e eu tenho vontade de segurar seu rosto e ordenar que você seja esperto e jamais me perca e seja feliz. e entenda que temos tudo o que duas pessoas precisam para ser feliz. a gente dá muitas risadas juntos. a gente admira o outro desde o dedinho do pé até onde cada um chegou sozinho. a gente acha que o mundo está maluco e sonha com a praia do espelho e com sonos jamais despertados antes do meio-dia. a gente tem certeza de que nenhum perfume do mundo é melhor do que a nuca do outro no final do dia. a gente se reconheceu de longa data quando se viu pela primeira vez na vida.

e você me olha com essa carinha banal de “me espera só mais um pouquinho”. querendo me congelar enquanto você confere pela centésima vez se não tem mesmo nenhuma mulher melhor do que eu. e sempre volta.
volta porque pode até ter uma coxa mais dura. pode até ter uma conta bancária mais recheada. pode até ter alguma descolada que te deixe instigado. mas não tem nenhuma melhor do que eu. não tem.

porque, quando você está com medo da vida, é na minha mania de rir de tudo que você encontra forças. e, quando você está rindo de tudo, é na minha neurose que encontra um pouco de chão. e, quando precisa se sentir especial e amado, é pra mim que você liga. e, quando está longe de casa gosta de ouvir minha voz pra se sentir perto de você. e, quando pensa em alguém em algum momento de solidão, seja para chorar ou para ter algum pensamento mais safado, é em mim que você pensa. eu sei de tudo. e eu passei os últimos anos escrevendo sobre como você era especial e como eu te amava e isso e aquilo. mas chega disso.

caiu finalmente a minha ficha do quanto você jamais vai encontrar uma mulher que nem eu nesses lugares deprê em que procura. e do quanto a sua felicidade sem mim deve ser pouca pra você viver reafirmando o quanto é feliz sem mim e principalmente viver reafirmando isso pra mim. sabe o quê? eu vou para a cama todo dia com 5 livros e uma saudade imensa de você. ao invés de estar por aí caçando qualquer mala na rua pra te esquecer ou para me esquecer. porque eu me banco sozinha e eu me banco com um coração. e não me sinto fraca ou boba ou perdendo meu tempo por causa disso. e eu não malho todo dia igual a essas mocinhas por aí, mas tenho algo que certamente você não encontra nelas: assunto.
bastante assunto.

eu não faço desfile de moda todos os segundos do meu dia porque me acho bonita sem precisar de chapinha, salto alto e peito de pomba.
eu tenho pena das mulheres que correm o tempo todo atrás de se tornarem a melhor fruta de uma feira. pra depois serem apalpadas e terem seus bagaços cuspidos.

também sou convidada para essas festinhas com gente “wanna be” que todos adoram. mas eu já sou alguém e não preciso mais querer ser. e eu, finalmente, deixei de ter pena de mim por estar sem você e passei a ter pena de você por estar sem mim.