segunda-feira, 30 de novembro de 2009

um dia de perua!


os dias sem horas, passados com os amigos, são os melhores.
você acorda e nem olha pro relógio. toma um banho pensando ser um banho digno dos deuses, pôe aquela roupa que te deixa MA-RA-VI-LHO-SA, toma um belo copo de coca coca geladérrima, escolhe o melhor CD e as ruas que te segurem.
canta, dança, joga beijinho pro policial que balança a cabeça quando te vê falando no celular e vai rindo para o templo do supérfluo: o shopping.
passa no caixa eletrônico, não vê o saldo, saca o suficiente e segue seu caminho secreto.
uma vez lá, óculos escuros (óbvio), deixa o carro no VIP e sai toda gostosa e garbosa, corajosa e cheirosa.
aí, é puro deleite.
um vestidinho da renner que lembra lacoste e chanel.
suquinho de amora pra manter o shape.
presente pro amigo.
aí, você se dirige àquela loja onde se diverte o máximo, encontra amigos e fica só de olho no corredor, com as línguas afiadas, "analisando" o público consumidor.
e as fotos com o papai noel?! você dribla os ajudantes anõezinhos e passa pro outro lado da praça central.
troca segredos com a moça que te vendeu "aquela" colcha que você tanto queria (afinal, seu cama é o máximo!).
vai na ótica do seu outro amigo e experimenta todos os óculos escuros lindos e carésimos do mundo e fica com cara de mulher (mais)rica e (mais) poderosa.
continua no salto. tenta enrolar o cara da vivo com seu charme e não tem sucesso.
enquanto isso, as horas passam e você nem lembra.
é SÁBADO. o dia oficial da perua no shopping.
depois, cheia de bolsas que na verdade são coisas que você tinha emprestado e te devolveram, você resolver descansar de mais um dia de verdadeiro stress.
volta pra casa, se desmonta inteira, toma um banho, coloca aquele roupão que você adora, passar creme nos pés (ah! você fez as unhas dos pés, mãos e a sobrancelha), pede uma pizza, vê o hugh jackman mais uma vez maravilhoso num smoking branco e vai pra sua caminha com a janela aberta pra dormir ouvindo o barulho da chuva.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

só os gatos são leais


talvez as piores decepções que guardamos por toda nossa vida são aqueles que envolvem sentimentos e pessoas. eu sou escolada nisso. já tive muitas, mas, ao contrário do que pensavam, elas me fortaleceram.
cada uma delas parece levar um pedacinho puro de você que você nunca mais encontrará, nem mesmo que um princípe num cavalo branco aparece na sua porta.
ou talvez a gente nasça e como último ato de condescendência, nos façam puros novamente ao morrer.
qualquer um que leia tudo isso pode notar o sabor amargo. aquele tal de bitter-sweet.
mas, na verdade, muitas vezes decepções envolvem traições.
e nada pior que a traição da lealdade. fidelidade é nada perto da lealdade. e faltar com a lealdade é muito maior que qualquer outra coisa.
é dizer não quando o motivo pra que você negue é bobo.
é faltar quando contam com a sua presença.
é simplesmente não saber ficar do lado, sem dizer nada, só para que a pessoa perceba que não está sozinha.
e isso, me desculpe, não é difícil. um sorriso, um abraço, um tapinha nas costas movimentam o mundo.
e tem gente que morre sem saber o que é lealdade.
eu traio sim. não nego. mas nunca deixei de ser leal, mesmo aos meus princípios.
acho que vai demorar pra que as pessoas compreendam a diferença entre fidelidade e lealdade e ainda que entendam uma parte de uma cancão: "te perdôo por me traires".

terça-feira, 24 de novembro de 2009


duro mesmo ser obrigada a lidar com sentimentos. não tá nada próximo de ser fácil. e é difícil.
o mundo é tão maior que cada um, que diferença fazemos naqueles dias em que queremos deixar de existir? pra mim, absolutamente nenhuma.
vejo notícias de uma mulher "tragada" por um buraco. que atire a primeira pedra aquele que nunca quis ser tragado por um buraco, assim, de boa, e ficar lá, dando um tempo do mundo aqui fora.
existem subterfúgios, é claro. mas tem sempre um "terapeuta" de plantão com mil razões pra que não se deixe cair no buraco.
olha gente: dá um tempo! a vida é minha. se quero me esconder um tempinho no buraco, deixe. quando eu quiser subir, eu grito, escalo, quebro as unhas, sei lá. mas me dê o tempo necessário que só eu posso saber qual é.
eu já tentei me obrigar a acordar com o pé direito todos os dias, já fiz orações antes de dormir e depois de acordar, mas, caraca! quem sabe do meu humor é ele! e eu, pobre coitada que convivo comigo mesma todos os dias, óh ceus!
sendo totalmente greta garbo, me deixem sozinha.
só isso. quando passar, passou.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

o tempo não pára mesmo

podem dizer o que for. eu nunca ligo mesmo. ou, se ligo, faço que não ligo.
a cada dia que passa, descubro verdadeiras pérolas nas letras de cazuza. e me identifico puramente com todas as suas verdades. como pretensão nunca me assustou, digo que me sinto cazuza em várias vezes na vida. incompreendida, vivendo sempre nos limites, cometendo o que muita gente chama de loucura, irresponsável, inconsequente. mas, acima de tudo, verdadeira.
se quiserem me entender e me acolher, ótimo. me fará feliz. caso contrário, não sou senhora dos sentimentos ou pensamentos de ninguém.

Disparo contra o sol
Sou forte, sou por acaso
Minha metralhadora cheia de mágoas
Eu sou um cara
Cansado de correr
Na direção contrária
Sem pódio de chegada ou beijo de namorada
Eu sou mais um cara
Mas se você achar
Que eu tô derrotado
Saiba que ainda estão rolando os dados
Porque o tempo, o tempo não pára
Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta
A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára
Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára, não, não pára
Eu não tenho data pra comemorar
Às vezes os meus dias são de par em par
Procurando uma agulha num palheiro
Nas noites de frio é melhor nem nascer
Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer
...

terça-feira, 17 de novembro de 2009

o sol


"eu sou o sol, sou eu que brilho, pra você, meu amor..."
essa é a melhor parte. a gente sempre brilha pra alguém. a gente sempre é especial.
isso não é o máximo?!?!
ironias a parte, estou sinceramente feliz. a gente sempre deve ficar feliz quando vê que fez alguma coisa sem nem pensar e não é que essa coisa dá certo?
coisas pequenas são as que têm maior significado.
ouvir aquele cara da manutenção que mal te vê te chamar pelo nome.
ou saber que ajudou um amigo na hora da roubada total. pode não ser perfeito nem a melhor coisa do mundo, mas, ao menos, é um novo começo.
e a vida tá cheia disso. e a gente precisa disso: novos começos. aprender todos os dias a ver a vida com novos olhos.
ainda quando adolescente, eu tinha um amigo que sempre dizia "ao andar na rua, olhe também para cima". nunca me esqueci. acho que a frase dele tinha outros mil significados, mas aprendi a olhar para todos os lados. e descobri detalhes mágicos da vida. pessoas na janela que simplesmente sorriem pra você. fachadas maravilhosas de prédios que se escondem por trás da placa com o nome do "estabelecimento".
e olhar pro sol. claro que com bloqueador solar 70 e um belo óculos escuro.
hoje, eu simplesmente dou razões pra minha instabilidade emocional e grito:
EU SOU O SOL
SOU EU QUE BRILHO...

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

um fiapo de vida


é assim mesmo. tem dias em que parece que tudo o que nos resta é apenas um fiapo de vida, como se estivessêmos conectados ao mundo pela famosa linha tênue que separa tudo de tudo. o amor da raiva. o desespero da alegria completa. a vida da morte. a dita normalidade da dita anormalidade.
quanto a isso, eu nunca poderei dizer nada. nunca fui aquela criança ou pessoa que chamam de normal. de perto ou de longe.
sempre tive meus famosos pitis, xícaras na parede, bengaladas no vidro do carro, muitas e muitas portas batidas em eco repetitivo (!!!) e copos de cerveja atirados em quem nem conheço e nem tem nada com meu mau ou bom humor.
qual não foi minha surpresa ao ouvir de um médico que quase a lista telefônica inteira pode ser classificada como "estável emocionalmente".
isso não se aplica a mim. defintivamente não.
sou inconstante, impulsiva, passional, intensa... tudo é sentido até o fim. as dores, as alegrias, as surpresas, os estímulos, tudo.
e é por isso que não gosto de dias como hoje. o sol desvia por trás das nuvens e o dia fica que nem água: inodora e insípida.
chato, chato, chato. puro tédio e calor!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

alegria, alegria


Caminhando contra o vento
Sem lenço e sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou...

O sol se reparte em crimes
Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou...
Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bomba e Brigitte Bardot...

O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia
Eu vou...

Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu vou

Por que não, por que não...

Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço e sem documento,
Eu vou...

Eu tomo uma coca-cola
Ela pensa em casamento
E uma canção me consola
Eu vou...

Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome, sem telefone
No coração do Brasil...

Ela nem sabe até pensei
Em cantar na televisão
O sol é tão bonito
Eu vou...

Sem lenço, sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo, amor
Eu vou...

Por que não, por que não...
Por que não, por que não...
Por que não, por que não...
Por que não, por que não...

pra bom entendedor, meia palavra basta!