domingo, 13 de outubro de 2013

nos dedos de uma mão


 
 
 


amigos? amigas? pra tudo tem. de várias maneiras.
algumas você só  ouve. pra outras, você fala sem parar. para alguns, você pede pra quebrar a cara daquele cara que foi sacana. e ele vai lá e quebra. tem outros com quem você fala, fala, fala e outros que falam, falam, falam.
e tem aquelas amigas e amigos pra quem você faz qualquer coisa. você fala, ouve, chora, empresta grana e não acaba com a amizade, aquelas que você tem que empurrar, e o melhor de tudo: o momento em que você ouve que a pessoa que tava dando piti no dia interior tá se sentindo bem, tranquila e isso faz seu dia valer a pena.
você fica com o coração apertado, mas você tem que dar umas porradas pra pessoa ir lá e fazer o que ela tem que fazer. ela pode até ir e quebrar a cara. e quebrar a cara bonito. mas, com certeza, você vai estar lá onde ela precisa com chá de erva cidreira, escalda pé relaxante, um super sorvete na tarde de domingo. até tocar campainha e sair correndo só pra lembrar a época da infância e sentir a mesma liberdade.
amigos assim a gente conta nos dedos de uma mão. aquela mesma mão que vai estar sempre estendida pra você quando você também quebrar a cara.
ah! tem também aqueles seus amigos virtuais. alguns muito melhores do que os reais.
e tem os virtuais dos quais você naturalmente se aproxima porque a afinidade vem do coração. é quando eles passam a ser amigos do coração.
talvez, por ainda se sentir protegido pela ausência do contato físico, a pessoa acaba falando de tudo. se culpa. mete o pau no cara que vai estar beijando apaixonadamente no dia seguinte. você simplesmente se deixa ver por inteiro.
é uma entrega recíproca e verdadeira.
você chora, ri um monte, fala dos outros, faz caras e bocas, se diverte, troca esmaltes, fala de maquiagem, toma porres, dá bafo.
amigos de verdade são preciosos e não importa quantas vezes vocês se encontram pessoalmente.
e fica, bem guardado na memória o saber que a sua companhia fez bem a alguém.
obrigada, lu, por me permitir tudo isso.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

o dia em que eu não fui eu - parte II


 



e agora? seria uma continuação ou um começo? que nome dar àquele sentimento que não cabia dentro de nenhum dos dois?
eu chamaria de começo. nenhum dos dois eram mais os mesmos. ela continuava a desfilar estilo, ele continuava um pouco tímido, mas o sentimento era tão novo, tão vivo e, ao mesmo tempo, tão intenso que parecia ter anos, ter sido compartilhado em outras vidas.
foi assim que eles passaram a viver. na esperança do quando poderiam estar juntos novamente, apesar de carregar sempre a luz que agora dividiam.
clichê?! sim. mas clichês só se tornaram clichês porque eram usados de maneira usual. piegas? também. o que importava agora era que partilhavam da mesma luz. e, pra isso, ainda não encontraram nome.
o dia parecia uma hora de tão lento e a hora parecia mais um mês de espera.
a vontade era tanta que mesmo não podendo estar juntos, mostrar pra todo mundo o que sentiam, a imprevisibilidade de tudo os aproximava.
tomar um café era a desculpa mais óbvia. mas, ainda assim, como disfarçar toda aquela volúpia que teimava em se esconder?
nenhum dos dois era disso. fingir, fazer de conta, esconder não fazia parte desse sentimento.
e nem deveria. era um sentimento puro. totalmente passional, mas puramente passional.
tudo porque ela nem sabia o que aquele garoto sentia quanto ela passava e nem percebia o quanto e como ele a observava.
cada um tinha sua vida agora e ela parecia não ter mais sentido se eles não estivessem juntos.
era pra ela que ele sentia vontade de ligar depois de uma grande conquista.
era o perfume dele que ela sentia no meio do nada.
não era justo. o tal sentimento que não tinha nome não devia mais esperar.
porque, por mais vidas que a gente possa ter, é nessa que eles estão. é nessa que eles pensam no outro ao dormir ou acordar.
é essa vida que eles querem viver. e não precisa de mais nada.
não precisa de alianças porque o que existe é um laço.um tem o sopro de vida do outro guardado dentro de si.
é isso.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

o dia em que eu não fui eu

 
 
 


na maior parte dos dias, a gente se sente meio invisível.
tem tanta gente passando pra lá e pra cá sem nem olhar pro lado, sem nem olhar pra gente.
ninguém vê que tem alguém ali, olhando, observando, esperando. esperando que hoje alguém passe de novo pra trazer luz pros nossos olhos, pro nosso dia e pro nosso mundo.
e não é assim só pra mim.
por uns 15 anos, era sempre assim: ela passava, o garoto percebia cada detalhe nas linhas do rosto, em cada fio de cabelo, nas roupas que pareciam ter pulado direto do cabide pro corpo dela.
e, assim como ela passava, o tempo também passou.
pra ela e pro garoto e pra todo mundo. e ele, bobo ou tímido, nunca tinha se levantado e dito o quanto ela fazia diferença naquela vida mais ou menos que, de vez em quando, a gente tem.
ele já não tinha mais o mesmo tempo pra "ficar esperando" que ela passasse, mas, em alguns dias, ela passava sim pelas suas lembranças, com aquele jeito, charme e estilo que eram só dela.
e ela também já não passava pelos mesmos caminhos. os caminhos que, talvez, ela trilhava agora, eram outros.
mas quis o destino (se é que ele existe e se é que ele quer), que os caminhos dos dois se encontraram num dia. e foi nesse dia, que o menino resolveu pra olhar pra trás.
a vida dele agora era mais ou menos ainda mais. quase nada pra trazer luz pros seus dias, pro seu mundo, pra ele que tava tão cansado.
e, anos depois, ela fez o que fazia todos os dias em que passava. ela trouxe a luz que faltava, a paixão, a vontade, o desejo de sair do lugar. esses mesmos sentimentos que fazem a gente viver por alguma coisa.
ele, agora mais maduro, finalmente, teve a coragem que lhe faltara anos atrás e falou tudo o que tinha dentro dele.
e teve a melhor resposta possível. ela não iria mais passar por ele. ela ia ficar. ficar e manter sempre a luz acesa, a chama alimentada e a coragem de viver, de sentir, de amar.
e, sem que ninguém precisasse dizer nada, a paixão tava ali, o amor tava ali.
em alguns momentos, eram só deles e as palavras eram altas.
em outros, os olhos falavam o que não podia ser dito.

sábado, 5 de outubro de 2013

anunciação




hoje eu tô assim: mais pra lá do que pra cá!
sabe aqueles dias em que você acorda querendo que o mundo estivesse todo aos seus pés, tipo assim a marilyn monroe?! só que não.
não, o mundo não está todo aos meus pés.
dormi um monte, já fiz um monte de coisas e ainda sinto aquele vazio lá no fundo, aquela falta do por que.
sim, porque tá faltando umas coisinhas aqui e ali.
mas, na boa, meu dia ainda chega. ainda que cambaleando, mancando, querendo parar.
simplesmente porque, ainda que cambaleando, eu ainda acordo todos os dias, sorrio e penso no meu anjo, aquele anjo torto e querido que voa por no mesmo céu azul que vejo lá fora.
que seus dias sejam todos bons, meu anjo.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

eu quero uma casa no campo e uma página em branco



sim, é sempre assim.
eu saio de cena e te deixo aqui, como um bicho solto a correr sozinho numa floresta escura. rsrsrsrs
tragédia!
pois bem. acho que sou eu o bicho solto a correr sozinha numa floresta escura. completamente perdida, como sempre. digo "como sempre" porque quando "volto" pra cá boa coisa não é. começo eu com meus devaneios, meus chorinhos (que não são música), meus lamentos.
ah, quem dera eu me sentisse sempre tão feliz e disposta num dia lindo de sol no melhor estilo hollywood! esperança eu tenho. sempre vou dormir pensando que amanhã vou usar tal roupa pra ir a tal lugar e fazer tal coisa e coisa e tal!
é sério. eu sempre penso em tudo e não faço nada. isso é tão tão chato.
eu estou sempre a beira de mudanças e pareço não perceber as mudanças que acontecem todos os dias. eu sei que elas existem e que me transformam. queria confrontá-las e dá-las como missão dada, missão cumprida.
mas não é bem assim... um dia, lá longe, eu escrevi em algum lugar que os anos vêem coisas que os dias não vêem.
espero.
espero amanhã ou depois sentir a alegria de dizer que "mais um ciclo se fechou" e um novo começo me espera, novinho em folha, como página em branco.
e vou.