sábado, 8 de março de 2014

abençoados os que esquecem


ah, como eu queria ter todas as respostas pras minhas perguntas na vida!
e nem são tantas assim, já que eu não penso tanto assim. mas, poxa. por que eu faço coisas das quais me arrependo logo depois? por que eu não assumo o  que sinto ao invés de inventar uma desculpa inteligente e sair pela tangente. por que eu não olho direto nos olhos de quem me atrai. por que eu me escondo tanto nesse quarto e nesse notebook? por que apenas eles me conhecem como eu sou?
porque eu tenho medo e, por isso, minhas perguntas são poucas.
eu não quero mais querer pra sofrer depois. eu não quero mais amar pra depois ter que aprender a deixar de amar e sentir aquele vazio que sei que nada nunca mais vai preencher.
eu não queria ser inteligente nem ter lido tanto nem visto tantos filmes. eu não queria saber que sabrina com harrison ford é refilmagem e quem fez o mesmo personagem na primeira versão foi humphrey bogart e ainda tinha o maravilhoso william holden.
seria tão mais fácil me preocupar com as festas top da cidade, saber quantas séries eu devo fazer pra ficar assim ou assado.
putz, tô cansada. cansada de ser eu. e aqui, nem sou quem eu sou de verdade.
mas estou cansada de ser as duas, ou as várias que tenho dentro de mim.
meu deus, por que eu não acordo com uma terrível amnésia amanhã e começo tudo de novo?!
por que aquele filme que não me lembro o nome mas que é o verso de uma poesia com aquele ator engraçadinho não é de verdade e a gente pode apagar as lembranças que a gente não quer mais ter?
brilho eterno de uma mente sem lembranças.
essa é a resposta pras minhas perguntas!

“Feliz é a inocente vestal
Esquecendo-se do mundo e sendo por ele esquecida
Brilho eterno de uma mente sem lembranças
Toda prece é ouvida, toda graça se alcança."

(alexander pope)