quarta-feira, 31 de julho de 2013

o que eu ainda não conheço



hoje, definitivamente, eu reconheço a minha incapacidade de lidar com o desconhecido.
eu estou francamente assustada. assustada por tudo o que tem me acontecido e também com o que ainda não me aconteceu.
me desejaram mal, me fizeram mal, me tiraram coisas e tempo. me tiraram vontade, alegria, pessoas. e eu nem sabia.
eu não sabia que fazia o que não devia. eu fiz por carinho. nada simplesmente por interesse.
eu fiz porque não era a única a ficar feliz. mais alguém ficava feliz comigo e por mim.
agora, tem começo uma outra vida. a vida do depois.
o depois de ter aprendido muito. de ter sofrido muito. de ter coisas feito coisas erradas e ter sido feliz por muitos momentos.
sim, foram apenas momentos.
momentos que não esquecerei. momentos que fazem parte de quem eu sou e momentos que também tirei de alguém.
começa agora uma outra fase. a fase de aprender comigo mesma e mudar tudo o que está errado. estou mais forte, mais consciente, mas sinto medo.
o tal medo daquilo que ainda não conheço.
o medo do não sabido. o medo do ainda não feito.
mas eu vou... sim, eu vou! pra onde e como? nem sei.
mas, mais tempo eu não posso perder.

domingo, 21 de julho de 2013

ctrl + alt + del




é, em tempos de "conhecer, flertar, namorar, se apaixonar perdidamente, noivar e marcar casamentos virtuais", eu acabei de ser sumariamente deletada.
sim, deletada com requintes de crueldade de tudo quanto é rede social, whatsapp, torpedos e etc. nem ligações restritas.
é. eu, a garota que sempre adorou liberdade, fiquei com minha área de atuação totalmente restrita. ou eu dou a cara a tapa logo de uma vez, ou eu desisto. ou parto pra briga corpo a corpo ou já era.
bem, vamos ser sinceros. eu não vou dar a cara a tapa. eu não atrás de ninguém. deu pra mim. depois de tantas frustrações e foras, muitas vezes, comentados e expostos aqui, já deu.
não, eu vou parar de pensar. não vou olhar a página no facebook nem nada.
vou sentar e esperar o trem, o bonde e a banda passar.
depois de ter retocado a tatuagem do ombro e re-estilizado a das costas, preciso dar um novo sentido à do pulso. estou presa. totalmente presa. liberdade zero. não pertence a mim minha capacidade de ir e vir. de fazer ou não fazer.
o 21 de dezembro passou, o mundo não acabou e eu estou aqui, no domingo a noite, fazendo pesquisa e listinha de empresas pras quais posso mandar currículo.
sem nem um pingo de esperança.
não a esperança de que alguém responda ao meu currículo. aquela esperança que deixa a gente quente por dentro. o coração cheio, pulsante. não tô cantando e dançando como faria, imitando reese whiterspoon no filme na tv. tô aqui sem graça, sem sal nem açúcar, fazendo listinhas.
a vida pode ser tediosa de maneira intolerável algumas vezes.
é isso.
 

quinta-feira, 18 de julho de 2013

destinos e desatinos





e já que confessei um pecado, por que não confessar uma fraqueza?
eu digo que não, mas é mentira. eu estou totalmente apaixonada por ele. total e perdidamente. se é sonho meu, não sei nem quero saber.
mas como eu gostaria que fosse diferente. que ele estivesse aqui por mim e não esperando o tempo passar. que ele me procurasse nas ruas, no carro parado ao lado no sinal fechado, nas tardes de shoppings lotados nas férias escolares, nos parques onde o sol é quente.
quente. como eu queria poder sentir o calor dele que caminha sob o sol. o mesmo sol que entra pela minha janela.
como eu queria saber a hora em que ele acorda ou quando vai dormir. tem tanta coisa que eu queria que nem sei mais.
mas, uma coisa eu sei: a indiferença que a gente finge, machuca.
machuca e me faz perder o sono. porque eu só queria mesmo era um abraço e a certeza de sentir esse abraço outras vezes, em outros lugares, muitas vezes.
sim, eu não posso negar. meus dias são dele.
meus pensamentos são dele.
tudo em mim é dele.
talvez a indiferença também seja só dele, como também é dele o orgulho.
quem sabe um dia, isso tudo mude.
e eu ganhe um abraço bem apertado num parque em dia de sol!

quarta-feira, 3 de julho de 2013

confissão



eu sinto uma coisa da qual sinto vergonha. eu sinto inveja sim, inveja.
esse é meu pecado.
mas inveja do que, podem me perguntar.
eu sinto aquela ponta de inveja quando vejo casais improváveis na rua, quando vejo a cumplicidade entre duas pessoas, quando vejo que aquele "o" faria de tudo por aquela "a".
e, de novo, me perguntam: você?!?!
como eu poderia sentir inveja disso? inteligente, culta, simpática, envolvente, sorriso contagiante, divertida, generosa...
eu não sei qual a resposta.
tem vezes em que vejo algumas mulheres por quem certos homens movem o céu, o mar, fazem com que o impossível pareça coisa do dia-a-dia.
e morro de inveja.
é horrível dizer ou pensar ou sentir isso, mas eu sinto.
eu não sou uma pessoa amarga nem triste nem nada.
mas também não sou amada.
e, por mais que me perguntem, por mais que eu me pergunte, eu não sei.
e eu nunca vou saber.