domingo, 16 de junho de 2013

então tá então



tem horas em que eu só queria abrir os olhos e esquecer, não sentir, não pensar em nada. pra que dar tanta atenção pra um sentimento que mal existe? nada nunca foi real. pura imaginação de um mente fértil e romântica.
são sempre (acho) os amores platônicos que, de amores, não têm nada. como existir amor se o outro é mera idealização do que você queria que fosse?
e como eu me perco nisso tudo. eu perco o rumo, saio do prumo mesmo.
eu fico ansiosa, eu penso demais, eu sinto demais, corro demais.
fico procurando coisas onde elas não existem. onde não existe porque nada existe.
filosofias demais pra quem não gosta de nada disso.
eu juro que não queria nada. não queria ouvir de novo o secador de cabelos da vizinha nem queria ter que tirar a minha gata que insiste em se ajeitar entre o notebook e eu e, de maneira carinhosa, percebendo que o que existe é dor, e lambe a minha mão.
ela se senta resignada tanto quanto eu.
infelizmente, é essa minha atitude diante do que eu sempre insisti em não ver: resignação.
ela se deita docemente, coloca a cabecinha no meu braço e termina o texto.
não vou tirar da minha gatinha o aconchego que eu queria ter pra mim. apenas me recostar em um ombro e ficar olhando a vida lá fora.
por hoje, e por outros dias, é isso.
basta e punto.

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