quinta-feira, 10 de outubro de 2013

o dia em que eu não fui eu - parte II


 



e agora? seria uma continuação ou um começo? que nome dar àquele sentimento que não cabia dentro de nenhum dos dois?
eu chamaria de começo. nenhum dos dois eram mais os mesmos. ela continuava a desfilar estilo, ele continuava um pouco tímido, mas o sentimento era tão novo, tão vivo e, ao mesmo tempo, tão intenso que parecia ter anos, ter sido compartilhado em outras vidas.
foi assim que eles passaram a viver. na esperança do quando poderiam estar juntos novamente, apesar de carregar sempre a luz que agora dividiam.
clichê?! sim. mas clichês só se tornaram clichês porque eram usados de maneira usual. piegas? também. o que importava agora era que partilhavam da mesma luz. e, pra isso, ainda não encontraram nome.
o dia parecia uma hora de tão lento e a hora parecia mais um mês de espera.
a vontade era tanta que mesmo não podendo estar juntos, mostrar pra todo mundo o que sentiam, a imprevisibilidade de tudo os aproximava.
tomar um café era a desculpa mais óbvia. mas, ainda assim, como disfarçar toda aquela volúpia que teimava em se esconder?
nenhum dos dois era disso. fingir, fazer de conta, esconder não fazia parte desse sentimento.
e nem deveria. era um sentimento puro. totalmente passional, mas puramente passional.
tudo porque ela nem sabia o que aquele garoto sentia quanto ela passava e nem percebia o quanto e como ele a observava.
cada um tinha sua vida agora e ela parecia não ter mais sentido se eles não estivessem juntos.
era pra ela que ele sentia vontade de ligar depois de uma grande conquista.
era o perfume dele que ela sentia no meio do nada.
não era justo. o tal sentimento que não tinha nome não devia mais esperar.
porque, por mais vidas que a gente possa ter, é nessa que eles estão. é nessa que eles pensam no outro ao dormir ou acordar.
é essa vida que eles querem viver. e não precisa de mais nada.
não precisa de alianças porque o que existe é um laço.um tem o sopro de vida do outro guardado dentro de si.
é isso.

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