sábado, 1 de maio de 2010

saia justa

vamos combinar.
sempre tive meus ataques de tietagem explícita. há anos, fiquei completamente paralizada ao olhar pro lado em plena calçada da avenida são luís e dar de cara com haroldo de campos.
ai são paulo que me colocou perto de caco barcellos, paulo figueiredo, paulo leminski, zé miguel wisnik, etc e tals.
pra ser bem sincera, depois do meu último episódio de tietagem absurda que prefiro nem comentar pois teve repercussões um tanto prolongadas, fiquei bem na minha. comecei a ficar bem discreta e só teria qualquer outro ataque se me colocassem frente a frente com o marcos uchôa, repórter da globo.
e eis que me deparo, numa tarde chuvosa de sexta, em pleno shopping pátio higienópolis, "acho que", com márcia tiburi. eu fiquei olhando, olhando, olhando, mas não tive a manha de ser a costumeira cara-de-pau e ir lá conferir.
só sei que, depois, olhei novamente pra trás e a moça tinha um meio sorriso porque, acredito, seu acompanhante deve ter comentado que eu olhava insistentemente.
tudo bem que minha mãe vive repetindo que ela é descabelada, chata, "mal amada" e etc. eu só acho ela acadêmica demais e, na verdade, alguém que nem se preocupa tanto assim no grau de amor que lhe dedicam.
mas gosto, sinceramente, dela. e das saias justas, é a minha preferida. adoro as caras de quem simplesmente ignora certos comentários ou que está além daquilo. seus textos são inteligentes sem seres chatos, seu comportamente não me incomoda em nada e eu nem teria esse direito e eu gosto do que ela fala, sobre gostar de ficar sozinha, o medo de sentir medo, e outras coisas que nem sempre são ditas de maneira tão sem compromisso.
agora, pensando bem, eu devia ter sido a costumeira cara-de-pau e perguntado se era mesmo ela. nem ia perder nada com isso e talvez não estaria acordada as quatro da manhã escrevendo, em companhia constante das pessoas que acabam gostando de escrever, a insônia.
é isso.

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