domingo, 16 de maio de 2010

minha primavera aconteceu no meu outono


é realmente muito chato.
às vezes, as pessoas simplesmente resolvem que devem sair da sua vida e pronto: elas somem, desaparecem, viram purpurina.
e você fica lá, com cara de idiota, se perguntando: onde foi que eu errei?!!?
o lance é que nem sempre é a gente que erra. é que tá tudo errado: o momento, o tempo, a fase de cada um, a hora, a vida, a pessoa, sei lá. mas nem sempre as coisas simplesmente não dão certo porque fulano ou sicrano errou.
às vezes, as coisas simplesmente não dão certo porque não era pra ser, não era pra dar certo. nem todas as histórias terminam com o tal "e viveram felizes para sempre".
em boa parte delas, só sobra mesmo o "the end" e olhe lá!
agora, tem histórias que sobrevivem ao seu fim oficial.
histórias que continuam dentro da gente, mesmo que a gente nem perceba.
e é só cruzar um determinado sinal pra que você veja lá os letreiros em neon, bilhando diante de você, como em noite estréia.
e a história se passa toda dentro de você, com os mínimos detalhes.
nada escapa.
nenhum telefonema no exato momento em que você passava pelo último pedágio da estrada.
nenhum alpino que te foi roubado como café da manhã.
nenhuma caixa repleta de sonhos de valsa.
nenhuma viagem por uma estrada totalmente diferente feita demoradamente em plena tarde com o sol se pondo numa sexta-feira qualquer.
tudo fica tão vivo dentro de você. essa história não acabou. essa história não vai ter fim. essa história é pra sempre. mesmo que não tenha o "e viveram felizes para sempre".
mesmo que cada personagem possa até viver feliz e o outro também. mas não necessariamente juntos.
mesmo que um possa ser eternizado em uma plantação de jabuticabas enquanto o outro possa, inconscientemente, usar água de colônia com cheirinho de jabuticabas.
mesmo que um possa preferir ipês amarelos e o outro ipês brancos.
mesmo que um continue escrevendo a história e o outro não leia.

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