quarta-feira, 12 de maio de 2010

inspirações


é engraçado.
algumas pessoas, na sua vida, têm uma inspiração. acho que algumas não, mas pra falar a verdade, acho que todas têm, bem lá no fundo.
há um tempo atrás, assisti ao último filme do clint (eastwood). ele é uma das pessoas que me inspira. além de ter sido o dirty harry nas ruas de san franscico, ele tem envelhecido de uma maneira tão nobre e elegante quanto ele mesmo.
seus últmos filmes (gran torino, entre eles) são todos sutilmente inspiradores. a trilha sonora costuma ser praticamente perfeita.
tudo tão diferente daquela imagem do homem durão, que parece ter a mão grossa, com aperto firme.
o cinema me inspira sempre. eu adoro.
e as poesias também. música só não inspira os muitos mau humorados, vamos combinar.
aí, ele vem e junta música, poesia e um personagem por si só inspírador: nelson mandela. de novo: como um homem que veio do povo, ficou anos preso numa cela minúscula pôde ser tão sábio e perdoar as pessoas que o colocaram naquela cela.
aí, vem a poesia. tão doce e forte quanto clint e mandela.
isso tudo pode ser muito piegas, mas e daí?!
a gente precisa ser "cult" o tempo todo - ou parte dele?!?!

invictus

da noite que me cobre,
negra como um poço de alto abaixo,
agradeço quaisquer deuses que existam
pela minha alma inconquistável.
na garra cruel da circunstância
eu não recuei nem gritei.
sob os golpes do acaso
minha cabeça está sangrenta, mas erecta.
além deste lugar de fúria e lágrimas
só o eminente horror matizado,
e contudo a ameaça dos anos
encontra e encontrar-me-á, sem temor.
não importa a estreiteza do portão,
quão cheio de castigos o pergaminho,
sou o dono do meu destino:
sou o capitão da minha alma.

william e. henley, poeta inglês nascido em 1849, teve uma vida difícil. tuberculoso desde os 12 anos, teve a perna esquerda amputada aos 16, por causa da doença. trabalhou para sustentar a mãe e os irmãos após a morte de seu pai e perdeu sua única filha, de 6 anos, vítima de meningite. o poema foi escrito no hospital.

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