segunda-feira, 19 de março de 2012

dreams of a broken life

"olha, eu estou te escrevendo só pra dizer que se você tivesse telefonado hoje eu ia dizer tanta, mas tanta coisa.
talvez mesmo conseguisse dizer tudo aquilo que escondo desde o começo, um pouco por timidez, por vergonha, por falta de oportunidade, mas principalmente porque todos me dizem que sou precipitada demais, que coloco em palavras todo o meu processo mental. processo mental: é exatamente assim que eles dizem, e eu acho engraçado, e que isso assusta as pessoas, e que é preciso disfarçar, jogar, esconder, mentir.
eu não queria que fosse assim. eu queria que tudo fosse muito mais limpo e muito mais claro, mas eles não me deixam, você não me deixa"
caio fernando de abreu me acompanhou a juventude toda. (poxa, eu nunca falei nem pensei em juventude!!!). ele era um daqueles autores que eu adorava e seus morangos mofados eram constantemente lembrados.
mas morreu cedo, como os bons. como leminski.
mas eu continuo aqui firme e forte, mas nem tanto.
são tantos que dizem que me escondo. mas é mesmo por timidez, vergonha até. mas isso nunca me fez deixar de ser quem eu sou. inteira, completa e com meus defeitos!
e o que tá escrito lá em cima era é o que eu penso agora, nesse exato momento.
às vezes, a gente se segura a toa. não faz o que quer, deixando de lado um pedaco enorme da gente mesmo.
juro que não farei mais isso. não me escondo mais porque quando me escondo a única coisa que ganho é uma bela e grande perda de tempo.
ou será que me escondo e me revelo aos poucos, mas sem demorar tanto?!
vou tentando e, no caminho, eu descubro.
basta. e punto!

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